Etogramas, ou repertórios comportamentais, são ferramentas muito interessantes para conhecermos todas as possibilidades de um determinado animal e para orientarmos o planejamento de nossos estudos. Eles são especialmente importantes e interessantes nas fases iniciais de uma pesquisa, quando ainda se define a pergunta, pois ajuda a responder questões básicas como:
Quais as principais atividades do animal em estudo?
Qual seu horário de pico?
Que tipo de interações apresenta?
Como divide seu tempo ao longo do dia?
Através deste modo simples de observação de comportamento é que surgem muitas questões e hipóteses interessantes para se testar com manipulação experimental. Etogramas, são de fato um ótimo caminho para se ter idéias.
Em nosso livro de Comportamento Animal, disponível gratuitamente na página de livros eletrônicos do CNPq ou em www.leci.ib.ufu.br você pode saber mais sobre esse método de estudo do comportamento animal.
Nos etogramas nós qualificamos e quantificamos todos os comportamentos que um animal faz. São duas grandes etapas, uma qualitativa para observar, descrever e categorizar os comportamentos. Seguida por uma fase quantitativa, onde os comportamentos serão quantificados, ou seja, quantas vezes o animal o exibe em um determinado intervalo de tempo. Veja em nossos livros detalhes sobre como elaborar um etograma. É trabalhoso, mas fácil e vai abrir sua mente para descobrir novidades em seu objeto de estudo.
Abaixo dou alguns exemplos de Etogramas para que você tenha uma ideia de como são montados.
Primeiramente um exemplo em português que pode ser obtido em um artigo, abaixo, da Revista Brasileira de Zoociências 7(2):297-310, 2005. Foram observados nesse caso 51 atos comportamentais distintos, em 7 categorias diferentes.
Outro exemplo com formigas, onde cada coluna representa uma colônia observada:
E um exemplo em inglês, que publicamos no Journal of Arachnology. Nesse caso separamos o comportamento de machos e fêmeas.
Aprenda a fazer etogramas, eles são o passo inicial para o jovem naturalista.