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Helena Maura Torezan Silingardi

Cientistas Brasileiros Comprovam como as Plantas Atuam Regulando a Atividade de Formigas: U.F.Uberlâ


Uma descrição do estudo nas palavras de um dos autores, Roberth Fagundes:

"O que tem de mais interessante na carreira de um cientista? Para mim, perseguir um objetivo até testar todas as hipóteses que permeiam sua teoria. É a curiosidade e a motivação impulsionada por cada nova descoberta que nos mantém firmes nessa carreira difícil, especialmente no Brasil. Na minha pequenina carreira, uma dos meus grandes objetivos é ajudar a comprovar a teoria da importância das interações entre formigas com plantas e hemípteros que fornecem secreções açucarado para as formigas comerem (néctar e exsudato) para a explicar como as formigas se distribuem no espaço e no tempo (evolução e diversidade de formigas tropicais). Em 2009, e depois em 2013, devido a observações em meus experimentos do mestrado e doutorado, percebi que as formigas que se alimentam dessas secreções açucaradas de dia não são as mesmas da noite (veja detalhes na minha dissertação e tese), o que a literatura mostrou ser um evento comum em vários ecossistemas. Então, inspirado pelos artigos de Paulo S. Oliveira, Kleber Del-Claro e Jacques Delabie, iniciei uma jornada para levantar evidencias de que essa mudança na composição das espécies em forrageio entre dia e noite seria também causada, senão majoritariamente, pela variação temporal na disponibilidade do alimento e na interação entre as formigas disputando esse alimento. De lá pra cá, formei várias parcerias para a realização dos experimentos e para divulgação dos resultados de meus estudos. Assim, em 2014, publicamos um estudo com 3 evidências de que as mudanças na composição das espécies entre dia e noite não alteram a estrutura básica das interações e é restrita às espécies dominantes (http://journals.plos.org/plosone/article…), e hoje, em 2016, foi publicado o meu segundo estudo que traz uma evidência de que essa alteração dia-noite na composição de espécies de formigas forrageando em plantas não ocorre na ausência dos nectários extraflorais e está fortemente relacionada a produção do néctar e a agressividade das formigas dominantes. Esse estudo foi feito em parceria com Diego Vinícius Anjos Silva, Barbara Caserio, FelipeFelipe Teles, Sérvio Olusogba Pontes Ribeiro e Kleber Del-Claro. Obrigado a todos pela ajuda, inclusive aqueles cujos experimentos ainda não foram publicados, como Filipe Lima e Gustavo Araújo, mas que serão em breve. Foram só dois passos de uma longa e difícil trajetória, mas bastante satisfatória. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/aec.12446/full "

Abstract

Plants bearing extrafloral nectaries (EFNs) vary the secretion of nectar between day and night, which creates turnover in the composition of interacting ant species. Daily variation in the composition of ant species foraging on vegetation is commonly observed, but its mechanisms are poorly understood. We evaluated the daily variation in nectar availability and interspecific aggressiveness between ants as possible regulatory mechanisms of the turnover in ant–plant interactions. We hypothesized that (i) plants would interact with more ant species during periods of higher secretion of nectar and that (ii) aggressive ant species would compete for nectar, creating a daily turnover of species collecting nectar. We tested this hypothesis by measuring the production of nectar during the day and night and by experimentally removing EFNs of Bionia coriacea (=Camptosema coriaceum) (Nees & Mart.) Benth. (Fabaceae: Faboideae) plants in a Brazilian savanna (Cerrado). We then compared the abundance and composition of ant species between those treatments and during the day. Our results indicate that more ant workers forage on plants during the day, when nectar was sugary, while more ant species forage at night, when aggressiveness between ant species was lower. We also detected a day/night turnover in ant species composition. Ant species foraging for nectar during the day were not the same at night, and this turnover did not occur on plants without EFNs. Both dominant ant species, diurnal Camponotus crassus (Hymenoptera: Formicidae) and nocturnalCamponotus rufipes (Hymenoptera: Formicidae), were the most aggressive species, attacking other ants in their specific periods of forage while also being very aggressive toward each other. However, this aggressiveness did not occur in the absence of nectar, which allowed non-aggressive nocturnal ant species to forage only during the daytime, disrupting the turnover. We conclude that extrafloral-nectar presence and interspecific aggressiveness between ants, along with other environmental factors, are important mechanisms creating turnovers in ants foraging on plants.

A Ciência que nós fazemos é essa!


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