Desde seu primeiro estudo publicado em 1998 ["BEHAVIOR OF VISITORS AND REPRODUCTIVE BIOLOGY OF CAMPOMANESIA PUBESCENS (MYRTACEAE) IN CERRADO VEGETATION" -TOREZAN-SILINGARDI H. M. ; DEL-CLARO K. ;Ciência e cultura ISSN 0009-6725 - 1998, vol. 50, no4, pp. 281-284 a Profa Dra. Helena Maura Torezan-Silingardi do Instituto de Biologia da universidade Federal de Uberlândia, bate na tecla de que:
Nem todos que visitam as flores, realmente as polinizam e que
Espécies exóticas e invasoras podem prejudicar a reprodução vegetal por inibir, impedir, ou exaurir os recursos florais destinados aos polinizadores efetivos
Um bom exemplo é esse seu primeiro estudo, onde a professora mostra que Apis mellifera, abelhas invasoras no continente Americano, podem exaurir o polen das flores de Myrtacea do Cerrado (plantas da família das jabuticabeiras, goiabeiras) antes que seus polinizadores específicos cheguem nessas flores.
As abelhas nativas, Eulaema nigrita por exemplo, são inibidas pela ação das invasoras que são muito mais agressivas e as superam em número nas plantas. Como resultado, a formação de frutos cai significativamente. As invasoras, a exemplo de abelhas pequenas, como na foto, coletam o pólen sem contatar as estruturas reprodutivas femininas das plantas, os estigmas (estrutura central, verde, no miolo da flor, na foto).
Assim sendo, abelhas exóticas, invasoras, podem levar não apenas abelhas nativas a extinção, mas também as plantas que delas dependem para sua polinização.
Recentemente a Profa. Maura, como é mais conhecida, ministrou palestra sobre o tema na Universidade de Gottingen, Alemanha, no Congresso Europeu de Ecologia Tropical.
A Ciência que nós fazemos estimula estudos como os da Profa. Maura!