“Nosso instinto de sobrevivência básico devia desviar do conceito de moralidade, mas os nossos cérebros de mamífero desenvolveram um truque evolucionário impressionante”, de acordo com a Neurofilósofa Patricia Churchland.
Há quem diga que na evolução, a natureza está constantemente selecionando o egoísmo. Em um ataque de predadores, por exemplo, o indivíduo cujo instinto dita que ele deve fugir sem olhar para trás é o que sobrevive e passa sua linhagem para a próxima geração, enquanto o que mostra algum sinal de sacrifício ou altruísmo por um outro não vive para contar a história. Nesta interpretação, o desejo de fazer o bem aos outros deve ser ensinado, normalmente por grandes promessas de benefício próprio de um Deus generoso ou pela ameaça de punição de um Deus vingativo.
Mas por outro lado, podemos perceber que todos os mamíferos altamente sociais sacrificam suas próprias necessidades pelos outros, e de mesma forma as aves.
Macacos se consolam após uma derrota e são vistos adotando filhotes órfãos sem quaisquer conexões genéticas, ratos dividem seu alimento uns com os outros e lobos se protegem em conjunto de ataques de animais maiores, como ursos.
Os benefícios desses comportamentos de generosidade vistos na natureza vão não só refletir para os filhotes, mas também para parceiros e amigos desses indivíduos. E nós humanos compartilhamos de todas essas características. Somos capazes de empatia e de moralidade, e as provas disso estiveram em nossos genes muito antes de serem encontradas na religião, e tudo que precisamos fazer para descobrirmos isso é buscar o conhecimento da nossa própria história como seres vivos.
Créditos a: Revista New Scientist; 2019.
https://www.newscientist.com/article/mg24332490-800-deliver-us-from-evil-how-biology-not-religion-made-humans-moral/